terça-feira, 17 de maio de 2011

a vasta leitura de bukowski, uma carta

há dias que declarei aqui que publicarei poesias traduzidas de bukowski. e esse motto me levou a isso: tentei a prova do Cespe para carteiro. efeito freudjungiano? hehehe (os psicanalistas, os psicanalistas!). e de outra fui ao Sine de Serra, ES. Lá fui indicado por uma assessora de um politicozinho de quinta que haveriam vagas para emprego. Lá cheguei, não enfretei fila. Um vizinho desembolado logo conhecia a diretora do órgão PÚBLICO. Faríamos a entrevista com os outros candidatos de uma escola técnica de Vitória. Eu pensava nas pessoas lá em baixo, que tinham acordado às cinco da manhã, pegado suas senhas e esperavam por um cadastro no afã de um emprego urgente (sem comida, sem teto, sem lazer, sem nada). e eu, o vizinho e os outros estudantes tinham acesso fácil ao emprego. he. O Sine não é público? Não deveria encaminhar, de imediato, ao emprego e logo à dignidade a pessoa que ali chegasse? De onde vem a vantagem dos alunos da Escola São Gonçalo (de Vitória, o município-Capital)? A minha (a do vizinho, a do genro da assessora e a da sua filha) veio de pequenos laços de concórdia mútua de sovinice e caudilhismo...

2 comentários:

  1. um exegetes do nada, um anti-teleológico par excellence; nem mais curioso, como dantes. assim me coloco agora.
    para Foucault (por que esse cara? por que não outro? vai saber...), o desenrolar histórico não é a realização do necessário, não é resultado de uma determinação dialética, como queriam os equivocados quiméricos um dia.
    a emergência do contingente, a celebração do acontecizar, isso sim é caminhar histórico. não haveriam determinações diretas, “como se as palavras tivessem guardado seu sentido, os desejos sua direção, as idéias sua lógica; como se esse mundo das coisas ditas e queridas não tivesse conhecido invasões, lutas, rapinas, disfarces, astúcias. (...) marcar a singularidade dos acontecimentos, longe de toda finalidade monótona; espreitá-los lá onde menos se os esperava e naquilo que é tido como não possuindo história – os sentimentos, o amor, a consciência, os instintos; apreender seu retorno não para traçar a curva lenta de uma evolução, mas para reencontrar as diferentes cenas onde eles desempenharam papéis distintos; e até definir o ponto de sua lacuna, o momento em que eles não aconteceram (Platão em Siracusa não se transformou em Maomé).”
    mande se fuderem os quinta-colunas, os de quinta categoria, antes de quinta-feira, denuncie-os, defenestre-os, faça-os sangrarem até a última gota, aos poucos, sem piedade, não se canse jamais.
    se vier, lembre-se: frio exige roupa e maconha!

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  2. eu não frequento muito esse espaço. e só hoje me dei conta do seu comentário. o que foucault diz está escrito. eu, de minha parte, não me sinto dentro do existencialismo francês do final da década de sessenta. ok. já me chamaram de enciclopedista, mas pense, meu amigo: não há ali qualquer carga de tragédia judaica, ali, a disfarça apenas a participação individual e o prazer do agora, quando bem se seria muito mais regozijante ter-se por dionisíaco por pelo menos uma década? Eu quero uma República, e não o quintal de qualquer calhorda...

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