quarta-feira, 21 de abril de 2010

the sober and the drunk
há 11 meses


Diálogo entre um ébrio e um sóbrio.


“que Deus mate meus inimigos”; o copo levemente inclinado. As calças sujas de bebida. O cigarro ao nadir.
“hahahahah”. Sucos e petiscos.
“é sério! Eu não costumo pedir nada a Deus a não ser a morte dos meus inimigos. Melhor: não inimigos. Esses devem ser nobres, como Wilde costumava dizer. Meus desafetos”.
“eu estive pensando justamente nisso! E eu tenho mesmo é uma considerável turma de desafetos que gostaria que queimassem no lago de enxofre!”
“hahahaha”.

Uma semana depois: o ébrio (sóbrio de ressaca) e o sóbrio se encontram:

“putz. Morreu um desafeto meu! O cara ficava lá, do outro lado da rua, olhando a guria que ambos, eu e ele, cortejáramos. Como ela foi comigo, o cara morreu atropelado. Estava bêbado”.
“hahahahahahahah. Essa foi a melhor notícia que ouvi nos últimos. Porra! E você quer coisa melhor?!”
“pra mim foi uma merda! A mulher agora tá com pena do maldito!”
“carai, véi! Só existem dois tipos de idiotas no mundo que são atropelados: os que querem ser atropelados e os que confiam nos idiotas por trás dos volantes. Pra mim, menos um idiota no mundo! E, além do mais, se essa muleca tá com pena do otário, que vá foder com o inválido, oras! Vai ver ela é frígida!”.

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